E.E JON TEODORESCO

E.E JON TEODORESCO

sexta-feira, 3 de maio de 2013

Palavra do Profº Coordenador



PROJETO DE COORDENAÇÃO:



"A escola é para o aluno, porém sem professor não tem escola, assim como sem aluno, o professor não tem utilidade".

A epígrafe inicial que foi recolhida de uma intervenção de Eliandra em um Blog específico para discussões educacionais parece remeter a um senso comum sobre o que seria a educação contemporânea no que enfatiza o óbvio: “a escola é para o aluno”. Muito se tem discutido sobre seu futuro em uma geração permeada pela complexidade, sobretudo, em função da criação e da democratização da internet, meio de comunicação que reconfigura as novas condutas sociais e a própria sociedade em tempos reais devido ao seu poder de informação. A própria existência do blog de onde foi retirada aquela reflexão compõe essa variante do surgimento e da democratização daquele veículo de comunicação e de suas redes sociais que iniciam o cumprimento de uma tarefa: “educar” antes atribuída apenas à figura do professor formal. Isto não quer dizer que estamos vivendo uma substituição de funções, embora a internet e até mesmo a televisão se auto-declarem educadores; sabemos do papel insubstituível do professor no ato educativo e na formação do sujeito.

Com isto, a ideia de senso comum, para além das divulgações banais sobre a importância da educação e da escola, cai por terra ao esbarrar em uma análise mais detalhada que a interventora chama à atenção em sua afirmação. Em seus dizeres a figura do professor surge na segunda oração adversativamente como ponto mediador para a relação entre escola e aluno: “porém sem professor não tem escola”, o qual seria aquele que possibilitaria ou contribuiria imprescindivelmente para a identidade do “espaço escolar”.



Além disto, a terceira oração sinaliza que a “utilidade” do professor está relacionada à “existência” do aluno. Em outras palavras, a ação empregada da educação por intermédio daquele profissional contribui com as qualidades daquele para quem ela é oferecida.



Verifica-se assim uma complexidade sob a ideia de senso comum entre as concepções escola, aluno e professor. Complexidade que sinaliza para um problema que torna a escola lugar de conflito que seria a falta de reconhecimento dos espaços, lugares e funções. Tal problema está relacionado às identidades daquelas concepções, que em tempos contemporâneos se fazem imprescindíveis determinar, deixar mais claras, pois, como mencionado acima, outras formas de educação surgem, mas que não substituem ou se sobrepõem ao universo educacional escolar. Isto remete aos seguintes questionamentos: Afinal, o que é a escola? O que é professor? O que é conhecimento? O que é aluno?

O professor parece cumprir uma função de mediação entre esses questionamentos quer seja pela contribuição na definição da escola e do aluno, quer seja pela sua própria definição, auto-ajuste, de si mesmo como aquele que deve realizar uma função: oferecer recursos intelectuais para os sujeitos se desenvolverem social, economicamente, intelectualmente, moralmente. Ele influi sobre as consciências e as condutas para o auxílio da formação da identidade do universo escolar incluindo aí a si mesmo. Define sua própria identidade ao auxiliar a definição da identidade de outras pessoas: “Mestre não é só aquele que ensina, mas quem de repente aprende”.

“Aprender” a lidar em princípio consigo mesmo como profissional e exemplo, de certa forma, moral ao se reconhecer indubitavelmente como professor para assim contribuir com o reconhecimento das outras identidades: conhecimento, escola e aluno.

O projeto de coordenação para 2013 procurará auxiliar o professor a desempenhar esse papel: o da definição das identidades onde a pedagogia cumpre uma função fundamental. Não só de oferecer conhecimentos gerais, mas de procurar, o que também requer um trabalho pedagógico, contribuir com os sujeitos escolares no auto-conhecimento de suas características. Neste sentido, o ponto central é o professor como mediador dessas possibilidades: mediar o conhecimento de si e de suas funções e dos outros autores.


ESTE SERÁ NOSSO INTENTO DE TRABALHO PARA COLABORAÇÃO À MELHORA NA EDUCAÇÃO E CIVILIDADE.

José Carlos Matozinho

Referências:

Eliandra para: educacaopublica.rj.gov.br.

ROSA, João Guimarães. In ABRAMOVICH, Fanny. Quem educa Quem? São Paulo: Círculo do Livro, 1985.